Nos últimos capítulos da nossa série Maturidade Contratual: A chave para alcançar ROI em contratos, exploramos dois pilares essenciais: Segurança, que protege o valor do negócio, e Eficiência, que acelera o fluxo contratual sem abrir mão do controle.
Mas antes de avançarmos para o último pilar, vale um contexto importante: essa metodologia é exclusiva do netLex, um framework que desenvolvemos ao longo de anos atendendo grandes empresas e acompanhando, de perto, como a prática contratual realmente funciona na vida real.
E foi observando esses desafios na prática que identificamos um ponto cego comum: ao tentar equilibrar segurança e eficiência, muitas equipes jurídicas acabam desvalorizando o elemento que mais gera valor: o impacto.
Um contrato assinado não é o fim. É o começo.
É na vigência que o ROI acontece, quando cada entrega, obrigação e renovação se transforma (ou não) em valor real para o negócio.
Por isso, hoje chegamos ao último pilar da maturidade contratual: Impacto.
E, dentro dele, três alavancas são essenciais para transformar a promessa contratual em valor mensurável:
- Renovações inteligentes: que evitam custos desnecessários e capturam oportunidades de negociação;
- Execução acompanhada de ponta a ponta: que garante que o que foi acordado vire resultado;
- Insights acionáveis: que convertem o histórico e os dados contratuais em decisões estratégicas.
A seguir, vamos aprofundar cada uma dessas frentes e trazer ações práticas para aplicar na sua empresa ainda hoje.
1. Renovações inteligentes: a virada de chave de um jurídico gerador de receita
A gestão de renovações é, disparado, um dos pontos mais negligenciados pelas empresas e, ao mesmo tempo, é também um dos mais lucrativos quando bem executado.
Em operações reativas, dois cenários são comuns:
- Renovações automáticas de contratos que ninguém mais usa;
- Renegociações de valores perdidos por falta de antecedência.
Ambos custam caro, não só pelo valor financeiro desperdiçado, mas pelo efeito cascata: orçamentos comprometidos, fornecedores mantidos sem necessidade e oportunidades de economia perdidas simplesmente por falta de visibilidade e previsibilidade.
Principais desafios:
- Falta de previsibilidade: ninguém sabe exatamente o que vence e quando.
- Dependência de planilhas manuais.
- Ausência de análise pré-renovação: SLAs foram cumpridos? O serviço ainda faz sentido?
- Zero margem para renegociar preço ou escopo.
Como resolver:
1. Configure alertas automáticos de renovação:
Crie notificações 90, 60 e 30 dias antes do vencimento dos contratos.
Isso evita surpresas, renovações indesejadas e dá tempo para renegociar com dados.
2. Centralize o histórico de performance do fornecedor.
Antes de renovar, avalie:
- SLAs foram cumpridos?
- Houve falhas críticas?
- O uso real do serviço justifica a renovação?
Decisões baseadas em evidências protegem o orçamento.
1. Realize benchmarking de mercado
Com antecedência suficiente, é possível comparar preços, condições e modelos.
Empresas maduras reduzem custos sem perda de qualidade, apenas negociando melhor.
2. Execução e qualidade: monitorar obrigações não é burocracia é garantia de ROI
O valor de um contrato só se materializa se suas cláusulas e obrigações forem cumpridas. Por isso, é fundamental monitorar a performance dos fornecedores e garantir que os níveis de serviço acordados sejam entregues.
Desafios mais comuns:
- Obrigações dispersas em PDFs ou e-mails
- Informações que não são compartilhadas por colaboradores, permanecendo em controles paralelos e arquivos próprios;
- Falhas não registradas (e por isso nunca tratadas)
- Pagamentos feitos sem checar entregas
E as consequências aparecem rápido: execução abaixo do esperado sendo remunerada integralmente, falhas que não são documentadas e, por isso, não geram correção, além de pagamentos liberados sem validação real da entrega. Tudo isso culmina em um efeito direto e mensurável: desperdício financeiro evitável.
Como resolver:
1. Digitalize as obrigações do contrato
Registre no sistema:
- Entregas previstas
- Indicadores de qualidade
- Prazos
- Responsáveis
- Compartilhe as informações com todos os envolvidos
Isso transforma o contrato em um mecanismo vivo de controle.
2. Configure alertas automáticos de entregas críticas
O sistema deve lembrar:
- o fornecedor do que precisa entregar
- o gestor interno do que precisa conferir
Esse fluxo que reduz falhas e elimina esquecimentos.
3. Registre ocorrências e não conformidades
Criar histórico é essencial para:
- renegociar preços
- aplicar multas
- encerrar contratos problemáticos
- premiar fornecedores de alto desempenho
Sem registro, não há gestão, há apenas tentativa.
Quando uma empresa estrutura esse ciclo: obrigações claras, alertas ativos e histórico organizado, a execução deixa de ser um ponto cego e passa a ser uma fonte contínua de valor. É aqui que o jurídico deixa de apagar incêndios e começa a proteger, sustentar e amplificar o ROI contratual.
3. Insights e inteligência: decisões guiadas por dados, não por intuição
Empresas maduras não administram contratos no escuro e nem tomam decisões baseadas no feeling. Elas transformam cada dado, prazo, custo, renegociação e risco em inteligência de negócio.
Desafios mais comuns:
- Dados espalhados em várias ferramentas
- Falta de padronização na coleta
- Zero visibilidade sobre gargalos ou riscos
- Decisões tomadas por feeling
Como resolver:
1. Estruture dados contratuais dentro de uma plataforma
Dê forma aos dados: tipos de contrato, valores, prazos, status, SLAs, fornecedores. Isso é a base da inteligência.
2. Construa dashboards de performance e risco
Indicadores essenciais:
- contratos próximos ao vencimento
- fornecedores com maior índice de falhas
- economia gerada por renegociações
- tempo médio de aprovação
- gargalos do fluxo contratual
- exposição financeira por área
3. Analise padrões e antecipe problemas
Com dados é possível:
- prever riscos antes que aconteçam
- identificar cláusulas mais renegociadas
- redesenhar fluxos para reduzir gargalos
- tomar decisões de portfólio: encerrar, renegociar, expandir
Quando os dados ganham forma, os dashboards ganham vida e as análises passam a guiar o dia a dia, a empresa finalmente sai do piloto automático. O time passa a antecipar movimentos e corrigir rotas. E é nesse nível de maturidade que o impacto acontece: decisões mais rápidas, riscos controlados e um portfólio de contratos que trabalha a favor do negócio, não contra ele
Impacto aparece quando a operação finalmente gera ROI consistente
A gestão de renovações é, disparado, um dos pontos mais negligenciados pelas empresas e, ao mesmo tempo, é também um dos mais lucrativos quando bem executado.Ao longo desta série, vimos que maturidade contratual não nasce de um único movimento. Ela é construída camada por camada e cada pilar tem um papel decisivo na criação de valor.
Em operações reativas, dois cenários são comuns:
- Segurança, o alicerce do ROI contratual: sem controles, sem padronização e sem governança, não existe ROI, apenas risco e retrabalho.
- Eficiência, o motor invisível do ROI: processos que fluem, integrações que eliminam trabalho manual e autonomia com controle. É aqui que o contrato começa a andar no ritmo do negócio.
- Impacto, a transformação de contratos em ativos estratégicos: renovações bem feitas, execuções bem acompanhadas e dados bem estruturados começam a gerar economia, previsibilidade e decisões mais inteligentes. É aqui que o valor aparece no número e não no discurso.
E aqui está o ponto central: não existe impacto sem segurança e eficiência, e segurança e eficiência só justificam seu esforço quando geram impacto.
Os pilares são complementares, dependentes entre si e se fortalecem mutuamente. É essa combinação que transforma contratos de “documentos esquecidos na gaveta” em ativos que protegem margem, orientam decisões e impulsionam crescimento.
E agora que você conhece os três pilares, o próximo passo é saber: qual o nível de maturidade da sua empresa?
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