No primeiro post da nossa série Maturidade Contratual: A chave para alcançar ROI em contratos, falamos sobre o primeiro pilar dessa jornada: Segurança, o alicerce de qualquer ROI contratual.
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Mas, como vimos, segurança sozinha não basta. De nada adianta blindar cada cláusula se o ciclo contratual é tão longo que o negócio perde oportunidades, clientes e receita.
A verdadeira maturidade está em fazer o contrato certo andar no tempo certo.
Por isso, hoje falaremos do segundo pilar da geração de valor em contratos: Eficiência.
E, ao contrário do que muitos pensam, eficiência não é apenas ser rápido, é correr no fluxo certo, de forma segura e com o mínimo de esforço possível.
Eficiência é o ritmo do ROI em contratos
Se a segurança é o escudo que protege o valor da empresa, a eficiência é o motor que o faz crescer.
Resumindo a metáfora: eficiência é a combinação entre velocidade e economia de esforço em cada etapa do ciclo contratual, da criação à execução.
Quando uma empresa amadurece nesse pilar, o contrato deixa de ser um gargalo e passa a ser um acelerador estratégico do negócio. Mas como evoluir de forma estruturada?
A eficiência sustentável nasce do equilíbrio entre agilidade e controle, e isso depende de três pilares centrais:
- 1. Autonomia (com controle)
- 2. Conteúdo (padronizado e inteligente)
- 3. Integrações (para eliminar retrabalho manual)
A seguir, vamos aprofundar cada uma dessas frentes e trazer ações práticas para evoluir agora.
1. Autonomia com controle: o segredo que libera velocidade sem abrir mão de segurança
Um dos maiores desafios das empresas é permitir que as áreas avancem com contratos simples sem depender do jurídico para tudo, mas sem perder governança.
Cada hora que o jurídico gasta revisando contratos padrão, cada ciclo de aprovação duplicado, cada contrato parado por falta de visibilidade… é valor perdido.
De acordo com benchmarks da World CC e análises do netLex, empresas com baixa maturidade contratual perdem até 9,2% do valor total dos seus contratos, e uma parte significativa vem da ineficiência: tempo desperdiçado, retrabalho e perda de oportunidades.
Esses custos se manifestam em dois indicadores-chave:
- Custo-hora: excesso de tempo de profissionais qualificados em tarefas manuais e repetitivas, como revisar, buscar e corrigir contratos.
- Velocidade: demora na criação, negociação e assinatura, que adia receita e compromete entregas.
Empresas maduras atacam essas duas frentes ao mesmo tempo, e é aí que o ROI começa a aparecer.
Principais desafios:
- Solicitações chegam por canais informais e não rastreáveis (WhatsApp, e-mail, reuniões).
- Toda minuta, até as mais simples, precisa do jurídico — criando gargalos.
- Pessoas com acesso demais ou de menos aos modelos e fluxos necessários.
- Revisões duplicadas por falta de limites e regras claras.
Como evoluir (passo a passo):
- Defina claramente quem pode criar, ajustar e enviar cada tipo de contrato — autonomia não é liberar tudo para todos.
- Crie regras de negócio e trilhas de aprovação automáticas, garantindo que contratos de baixo risco fluam sem intervenção manual.
- Configure níveis de acesso e permissões: as pessoas certas têm acesso ao que precisam; ninguém tem acesso ao que não deveria.
- Implemente automação para minutas simples, liberando o jurídico para contratos estratégicos.
- Dê visibilidade ao fluxo inteiro: cada parte sabe onde está o contrato e o que precisa acontecer.
👉 Quando a autonomia é controlada, a eficiência surge e a segurança permanece intacta.
2. Conteúdo inteligente: padronize para ganhar velocidade e reduzir retrabalho
Mesmo com bons fluxos, um contrato só avança rápido se o conteúdo estiver claro, padronizado e fácil de usar.
Principais desafios:
- Templates diferentes circulando ao mesmo tempo.
- Cláusulas inconsistentes ou desatualizadas.
- Retrabalho em contratos simples por falta de padronização.
- Revisões demoradas e repetitivas.
Como evoluir (passo a passo):
- Crie Modelos Automatizados para contratos recorrentes, com perguntas orientadoras, preenchimento dinâmico e cláusulas inteligentes.
- Padronize textos críticos em cláusulas centrais, com variações aprovadas pelo jurídico.
- Construa um Playbook de Revisão, definindo:
o que sempre deve ser revisado,
o que pode ser ajustado pela área de negócio,
o que só o jurídico pode alterar. - Atualize templates e variações em um único repositório, eliminando versões indevidas.
- Documente exceções e aprovações, criando consistência e segurança.
👉 Quando o conteúdo é confiável e inteligente, as pessoas avançam sem medo — e o jurídico não vira gargalo.
3. Integrações: o que conecta sistemas, acelera contratos
Para além de fluxos bem desenhados, a verdadeira virada de chave para uma operação eficiente é contar com sistemas que conversam entre si.
Quando o jurídico, compras, financeiro e comercial atuam em plataformas desconectadas, cada informação precisa ser inserida manualmente, aumentando o risco de erros e retrabalho.
Com integrações entre ferramentas como ERP, CRM e assinatura eletrônica, o fluxo contratual se torna contínuo e automatizado: dados fluem sem interrupções, aprovações acontecem no tempo certo e o controle de versões é total.
O resultado? Menos tarefas operacionais e mais tempo para análise estratégica.
Principais desafios:
- Dados duplicados ou inconsistentes entre ERP, CRM e Jurídico.
- Informações inseridas manualmente em várias plataformas.
- Falta de visibilidade sobre etapas e aprovações.
- Atrasos por tarefas administrativas (copiar, colar, atualizar planilhas).
Como evoluir (passo a passo):
- Integre CRM, ERP e sistemas de compras ao fluxo contratual, para que dados entrem automaticamente no contrato.
- Sincronize status, aprovações e versões entre ferramentas.
- Conecte assinatura eletrônica para que o envio e retorno sejam automáticos.
- Evite retrabalho eliminando processos paralelos (e-mails, planilhas, anexos dispersos).
- Crie validações automáticas para evitar erros de preenchimento.
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O jurídico do futuro não apaga incêndios nem revisa tudo: ele desenha o ritmo da operação.
Quando autonomia é controlada, o conteúdo é padronizado e inteligente, e os sistemas conversam entre si, o contrato deixa de ser uma barreira e passa a ser um vetor de crescimento.
Essa é a virada de chave que diferencia empresas iniciantes daquelas que atingem alta maturidade contratual: menos custo, mais agilidade e ROI crescente e previsível.
"Eficiência contratual não é correr. É saber onde o processo precisa ser leve e onde precisa ser criterioso. Quando o jurídico cria um fluxo inteligente, com autonomia e controle, os contratos fluem, e o negócio ganha velocidade sem abrir mão da segurança."
- Flávio Ribeiro, CEO do netLex
Ou seja, a eficiência surge quando o processo é inteligente o bastante para se adaptar à realidade de cada contrato. Isso exige estrutura, tecnologia e critério, é essa visão sistêmica que transforma o jurídico em um gestor de performance contratual, e não apenas um revisor de documentos.
E nos próximos conteúdos da série, seguiremos aprofundando diretamente em como evoluir em cada pilar da maturidade contratual, sempre com passos práticos e acionáveis.