No dia a dia corporativo, o jurídico recebe dezenas de solicitações de diferentes áreas: revisões contratuais de última hora, dúvidas sobre cláusulas, pedidos de pareceres, questões de compliance, aprovações internas… a lista é infinita.
O problema é que, sem um processo claro de triagem e priorização, todas as consultas ao jurídico chegam com a mesma classificação: urgentes.
O resultado? Um time sobrecarregado, clientes internos frustrados e, em alguns casos, riscos reais para o negócio e danos à reputação do jurídico dentro da empresa
Neste artigo, vamos explorar como a falta de priorização impacta diretamente a eficiência do jurídico consultivo e o relacionamento com as áreas de negócio.
Os impactos da falta de priorização
1. Eficiência comprometida
Sem critérios de prioridade, tarefas simples acabam ocupando espaço de demandas estratégicas.
- Solicitações chegam sem contexto, exigindo retrabalho para buscar informações.
- Prazos se estouram porque demandas urgentes estão misturadas às de menor valor.
2. Riscos para a empresa
Quando não existe filtro, demandas críticas podem simplesmente passar despercebidas.
- Uma revisão contratual urgente pode não ser tratada a tempo.
- Questões de compliance podem ser negligenciadas, expondo a empresa a passivos legais.
3. Reputação prejudicada
O jurídico passa a ser visto como um setor lento e desorganizado. Isso mina a confiança das áreas internas e enfraquece o papel estratégico da equipe.
Por que isso acontece?
A raiz do problema está em não diferenciar o que é urgente do que é importante. Sem critérios claros:
- Demandas de baixo valor consomem tempo de especialistas.
- Tarefas repetitivas sufocam atividades estratégicas.
- Tudo é tratado como prioridade - o que significa que nada é, de fato, prioridade.
Como sair desse ciclo
A boa notícia é que existem caminhos claros para estruturar a priorização no jurídico. O segredo está em adotar critérios objetivos, organizar os fluxos e aplicar boas práticas adaptadas à rotina jurídica.
1. Defina critérios claros de priorização
Tudo começa por diferenciar o que é realmente urgente do que apenas parece urgente. Para isso, faça perguntas simples a cada nova solicitação:
- Qual o risco se essa demanda não for atendida no prazo?
- Qual o impacto financeiro ou estratégico para a empresa?
- Essa demanda exige análise jurídica especializada ou pode ser resolvida de forma padronizada?
- O prazo informado é real ou fruto de percepção do solicitante?
A partir dessas respostas, você constrói critérios objetivos e pode utilizar alguns frameworks adaptados ao seu contexto, como, por exemplo, a Matriz de Urgência vs. Importância:
2. Crie um canal único e padronizado de entrada
Para que os critérios funcionem, as demandas precisam chegar de forma clara. Nada de pedidos soltos em e-mails ou mensagens. Um formulário, como o Google Forms, já é um primeiro passo. Algumas boas práticas:
- Exigir campos obrigatórios (tipo de contrato, valor, prazo, área envolvida).
- Disponibilizar opções pré-configuradas (ex: “Revisão de contrato de prestação de serviços” em vez de texto livre).
- Permitir anexos logo na abertura da demanda (contratos, pareceres, planilhas).
👉 Assim, o solicitante já entrega todas as informações necessárias desde o início, reduzindo idas e vindas e criando um histórico confiável para análise futura.
3. Estabeleça SLAs e dê visibilidade
Com prazos realistas e transparência, o jurídico reduz pressões desnecessárias.
- Defina prazos por tipo de solicitação: por exemplo, até 3 dias úteis para demandas urgentes, 7 dias para demandas importantes, e 15 dias para casos não-urgentes ou de baixo impacto. Isso cria clareza para as áreas de negócio e organiza a agenda da equipe.
- Repasses inteligentes: demandas simples ficam com advogados juniores ou automações; casos críticos, com plenos ou coordenadores.
- Revisões semanais: ajuste prioridades de acordo com novos contextos e prazos.
Acompanhamento visual: use planilhas, quadros Kanban para dar clareza sobre o andamento de cada demanda (“Recebidas”, “Em análise”, “Concluídas”).
👉 Com essas medidas, o jurídico não apenas ganha eficiência, como também fortalece sua reputação de parceiro estratégico para o negócio.
4. Use tecnologia para dar escala
Ferramentas jurídicas, como o Legal Intake do netLex, permitem que tudo isso seja feito de forma integrada: centraliza, organiza e prioriza as demandas jurídicas de forma inteligente, dando ao time clareza sobre o que realmente importa — e à empresa a confiança de que suas necessidades estão sendo atendidas com eficiência.
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Conclusão
A falta de priorização não é apenas um problema de organização interna: é um entrave estratégico que mina a credibilidade e a efetividade do jurídico consultivo.
Ao estruturar fluxos claros e critérios de prioridade, o time deixa de ser visto como gargalo e passa a ser reconhecido como parceiro do crescimento da empresa.